16 de janeiro de 2012

ABSOLUTA FALTA DO QUE FAZER

Noticia o Diário da Manhã de hoje (16/01/12) que mais da metade dos municípios de Goiás tem problemas com crack.

Sétimo estado no ranking, atrás de MG, SP, RS, PR, a posição de Goiás me atrai a atenção do ponto de vista da economia, pois é campeão de crescimento econômico.

O quatro estados citados no parágrafo anterior são economicamente "crescidos" e Goiás é economicamente "crescente".

Desde meus primeiros estudos de direito penal que me acompanha o dito "cada sociedade tem sua taxa de criminalidade inerente".
Generalizando, é possível afirmar que cada 'sistema' tem sua inerente taxa de 'desvio' que pode ser aferida pela ordem em que seus elementos estão dispostos.

Os elementos de um sistema são as energias, e na sociedade podemos arrolar: alimentação, moradia, oportunidade de trabalho, educação, lazer, educação, saúde, informação, dinheiro etc.

Num sistema em equilíbrio (ou sustentável) as energias são distribuídas entre os consumidores pela necessidade de consumo para que cada consumidor esteja em equilíbrio com o sistema.

Num sistema simples no qual coelhos se alimentam alface, lobos se alimentam de coelhos e alfaces se alimentam da matéria orgânica produzida pelos animais, é previsível que o excessivo apetite dos lobos diminua a população de coelhos e comece a sobrar alface enquanto os lobos morrem de fome antes que os alfaces morram por falta de nutrientes.

Existe uma equação matemática que plota as curvas das populações mostrando os ciclos de crescimento e decrescimento.

Alfaces, coelhos e lobos não tem inteligência integradora para o convívio, mas o ser humano tem.

Tem, mas a usa para a prática da economia crescente que mais se assemelha a uma bola de neve: para crescer tem que rolar, se parar derrete.

Enquanto a bola de neve rola deixa um rastro de "neve excluída", ou seja o que não foi incorporado no sistema-bola.

Essa neve excluída só pertence ao sistema mas não participa da "rolagem", mas tem que ser mantida "gelada" por questões humanitárias.

Mais aumenta a economia-bola-de-neve e mais aumenta os excluídos que devem ser mantidos vivos por questões humanitárias.

São mantidos vivos, simplesmente, sem nada o que fazer.

Nada o que fazer na escola - que não lhes dá a formação.

Nada a fazer em casa - porque às vezes não tem casa.

Nada a fazer na família - porque tem genitores mas não tem núcleo.

Nada a fazer no trabalho - porque não tem trabalho.

Nada a fazer no futuro - porque não sabem como será.

Imagino que esta absoluta falta do que fazer deve abalar as cabeças das crianças, dos adolescentes e dos adultos, cuja visão da luz no fim do tunel é a do farol da locomotiva vindo na direção de atropelá-los.

A droga não tem conexão necessária com pobreza ou com ignorância, mas certamente tem forte ligação com o desespero e o sentimento de indignificação, e o apetite pela autodestruição precisa ser saciado pelos traficantes, e a economia faz investimentos em "acabar" com todos através de "programas".

Um ser humano "sustentável" não precisa de droga, mas precisa de "dignidade da pessoa humana" para não precisar de droga.

Nossas autoridades precisam ler a Constituição e distribuir dignidade na forma de O QUE FAZER, na escola, na família, em casa, no trabalho e no futuro, pois a responsabilidade pela taxa inerente de desvio da normalidade desejada é dos mandatários e não dos mandados.

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