Informa o Diário da Manhã (16/08/12) que a Agência Muncipal de Trânsito (Goiânia) de uma arrecadação total de quase 33 milhões de reais no primeiro semestre deste ano, gastou "honrosos" 8 mil reais (R$ 8.163,68) com educação.
É de ficar "abichornado" (Desalentado, aborrecido. Envergonhado, vexado.) dado que gastou com fiscalização cerca de 853 mil reais.
A educação contra o crime é um tema que me atrai desde 1980 quando dei entrevista para um jornal de Minas Gerais, e meu raciocínio - simples na época - continua válido: se o cidadão não foi "educado" para fazer alguma coisa a probabilidade de violar as regras é alta e a punição do "errado" segue a lógica de não ter "educado".
De algum modo o cidadão é "educado" quando do processo de habilitação e a fiscalização manteria a normalidade desejada não fora as conhecidas falcatruas de conteúdo e legalidade vez em sempre anunciadas na midia.
Não educar e fiscalizar pouco vem sendo chamado de "indústria de multas", o que não é correto pois este produto - a multa - é oriundo da "indústria da infração", muito bem montada: habilito você para fazer uma coisa que não lhe ensinei direito a fazer e puno voce por não ter feito como eu queria que você fizesse.
A carteira de habilitação acaba representando apenas um "título de poder" - como alguns diplomas universitários, mas como é o governo que os concede o cidadão acredita que sabe e que é capaz.
Resulta que o motorista multa em dinheiro porque não sabe e não pode, a mesma razão de os universitariados pagarem multa em desemprego na área de formação.
Para essa categoria de malformados o governo incentiva a compra de carros baixando impostos e abrindo crédito barato, e ao escrever isto passou-me pela cabeça um fabricante de pólvora incentivando seus operários a acenderem fósforos durante o trabalho e punindo-os porque não deveriam fazê-lo ou quando explodem alguma coisa ou alguém.
Estamos sendo enganados, não aquele tradicional redondamente enganado porque o enganho é espinhento como caroço de cajá manga, pela perfumaria das leis mais severas que transferem para o povo a responsabilidade pela impotência instrumental do governo, a mesma impotência instrumental que produz três analfabetos funcionais em cada quatro alfabetizados e o ralo por onde some o dinheiro público se alarga a cada dia.
Imagem de interrogaes.com
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