A Lei de Execução Penal que entrou em vigência em 1985 contempla que o sistema deve promover condições para a harmônica integração social do condenado, e nada foi feito neste sentido nos 27 anos já passados.
Em 1988 a Constituição da República do Brasil arrola fundamentos, objetivos e direitos que orientam promoção de condições para a harmônica integração social da pessoa humana, e pouca coisa foi feita neste sentido nos 24 anos já passados.
A diferença entre o nada foi feito da LEP e o pouco foi feito da Constituição é que para o cidadão livre existem as penas cruéis, de banimento, trabalhos forçados, perpétuas e de morte, que são de aplicação proibida aos condenados pela justiça, e tal se justifica porque os cidadãos livres são condenados pela injustiça.
Igualam-se as chances de morrer assassinado e atropelado, enquanto armas são recolhidas e veículos são vendidos aos montes.
Muitos gostariam de ter perdido bens portáveis num arrastão ou num assalto do que terem perdido seus pertences, ou a vida, em arrastões de inundações urbanas e desabamentos.
Comem no lixo, moram debaixo de plásticos, cheiram esgoto a céu aberto, veem seus filhos se inclinarem para as drogas e a criminalidade e clamam para que sejam aprisonados em escolas que os livrem do analfabetismo funcional e da inabilidade para o convívio social.
Enquanto isto os "livres de tudo" planejam o combate à criminalidade, criam sociocidas e executam operações de limpeza pelas mãos de intermediários que muitas vezes vivem em condições bem próximas das daqueles que policiam e prendem.
Parece que a justiça é lerda, as penas são pequenas e as cadeias são poucas, mas ninguém se arrisca a produzir a estatística do PIB (Produto Interno da Bandidagem) para comparar, entre os do andar de cima e os do andar de baixo, quem produz maior "circulação forçada" de riquezas, e nem a calcular quanto o governo gasta para deixar a violência crescer.
Cadeia não conserta ninguém é ditado que escuto faz uns 60 anos, mas de uns tempos para cá (arrisco uns 30 anos) a escola foi deixando de cumprir o seu papel de formar cidadãos certos.
E tome reforma das leis!
E tome mais leis penais, que atingem até o pai ou o professor que quer colocar o filho ou o aluno nos trilhos.
Governa-se a utopia, como que escrevendo cardápios em francês (pâtes à la cuisse de poulet) que iludem o cidadão pois o prato servido é "macarrão com pé de galinha". Garantido que o governo não faltou com a verdade, apenas fala uma língua que o povo não entende, enquanto a cúpula se alimenta do verdadeiro "Foie gras d'oie" (patê de fígado de ganso).
E fica que o Brasil tem seu próprio primeiro mundo - que todos sabem qual é - um segundo mundo sobrenadante - que todos sabem o que bóia na água - e um terceiro mundo submergente constituido pelos condenados pela justiça e pelos condenados pela injustiça.
Onde estão os verdadeiros criminosos?
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